sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Movimento estudantil da UERN emite nota de repúdio a blogueiro

(Foto: Josemário Alves)

O Movimento Estudantil da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) emitiu nota de repúdio ao blogueiro mossoroense Carlos Skarlack por conta de uma reportagem publicada em seu blog na manhã desta sexta-feira, 11.

Em nota, o Movimento afirma que Carlos Skarlack publicou matéria difamatória e mentira e que fere os princípios da ética do jornalismo. 

O Movimento diz também que "as comparações pejorativas, o uso de termos apelativos e sensacionalistas para desqualificar o movimento estudantil, manipulando imagens de uma interação pacífica e corriqueira, com a exposição de rostos de jovens e adolescentes, inclusive menores dos dezoito anos de idade". 

A postagem do blogueiro Carlos Skarlack diz respeito ao fato do vice-reitor da UERN, Aldo Gondim, ter sido impedido de entrar no prédio da Reitoria, que está ocupada pelos estudantes como forma de protesto. 

No texto, o blogueiro cita "E a proibição por parte de invasores da Reitoria, de que servidores da UERN entrem em seus locais de expediente?' 

Em outro momento, o blogueiro denomina o grupo de estudantes como "grupo de invasores". 

O Movimento afirma ainda que "Skarlack, assim como muitos, tenta deslegitimar um movimento de toda sociedade, que é a luta pela manutenção de uma universidade pública no interior, que seja gratuita e de qualidade, pautada pelos movimentos estudantis". 


Nota de Repúdio na íntegra: 

⁠⁠⁠NOTA DE REPÚDIO AO BLOGUEIRO CARLOS SKARLACK
O blogueiro Carlos Skarlack publicou em seu blog uma matéria difamatória, mentirosa e que fere os princípios de ética do jornalismo. A atividade de informação deve ser orientada em função do interesse público, preservando a dignidade dos indivíduos e os acordos éticos e legais que regem nossa nação. As comparações pejorativas, o uso de termos apelativos e sensacionalistas para desqualificar o movimento estudantil, manipulando imagens de uma interação pacífica e corriqueira, com a exposição de rostos de jovens e adolescentes, inclusive menores dos dezoito anos de idade. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em seu art. 247, o uso da imagem de jovens e crianças sem devida autorização vai de encontro não apenas ao direito a uma informação que ofereça uma leitura contextualizada da realidade, mas viola direitos humanos dos estudantes enquanto categoria, e dos adolescentes enquanto indivíduos que devem ser protegidos pelo estado e pela sociedade.
Além disso, o código de ética dos jornalistas brasileiros, diz em seu art. 6º que o jornalista deve “XIV - combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza”. Continua “XI - defender os direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantias individuais e coletivas, em especial as das crianças, adolescentes, mulheres, idosos, negros e minorias” e conclui o jornalista deve “VIII - respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do cidadão”.
Em um Estado Democrático de Direito, a constituição configura-se como lei máxima, o seu texto tem como fundamentos enunciados logo nos primeiros artigos os princípios de cidadania e a dignidade da pessoa humana, tendo como objetivo uma sociedade livre, justa e solidária, buscando promover o bem de todos, sem preconceitos ou quaisquer outras formas de discriminação. No decorrer do texto, nossa Carta Magna assegurando a prevalência dos direitos humanos diz que todo cidadão tem o direito de resposta proporcional ao agravo do tratamento desumano, além de indenização por dano moral, material ou à imagem. (arts. 1º, 3º e 5º).
Diante de um cenário obscuro para a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, em que tentam a todo custo o seu total desmonte, correndo o grave risco de privatização, somos flagrantemente agredidos pela imprensa. Skarlack, assim como muitos, tenta deslegitimar um movimento de toda sociedade, que é a luta pela manutenção de uma universidade pública no interior, que seja gratuita e de qualidade, pautada pelos movimentos estudantis e demais setores acadêmicos.
MOVIMENTO ESTUDANTIL DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (UERN)

Postagem do Blogueiro na íntegra: 






Um comentário:

  1. Chamar de "invasores" a quem ocupa o espaço público por direito de reivindicação em defesa da instituição é nota de ignorância ou maldade, principalmente por parte de quem desmoraliza a profissão de Jornalista, ao invadir a vida privada das pessoas, tornando-a pública, pelo estúpido prazer de expor a vida alheia

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