sábado, 6 de agosto de 2016

'Resultado de anos de descaso', diz secretário sobre ataques no RN


(Reprodução/You Tube)

"Tudo isso que estamos passando é resultado de anos de descaso, de falta de atenção e de investimentos em segurança pública. Chegamos ao fundo do poço e agora, aos poucos, estamos começando a sair dele". É assim que o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte (Sesed) define a onda de ataques criminosos que atingiu o Estado na última semana.

A instalação de bloqueadores de celular na Penitenciária de Parnamirim, na Grande Natal, é considerada pelo governo a motivação para os atentados. Segundo a própria Sesed, o RN foi alvo de 107 ataques em 37 cidades entre a tarde da sexta-feira (29) e a manhã da quinta (4) - quando o último caso foi contabilizado. Ao todo, 108 pessoas foram presas suspeitas de participação direta ou envolvimento nos atos criminosos.

General da reserva do Exército Brasileiro, Lundgren está há menos de quatro meses à frente da Sesed. "É bom frisar que essa onda de ataques só começou porque o Estado, enfim, decidiu retomar o controle dos presídios". 

Ele explicou como foi planejada essa retomada: "Em junho, por ordem do governador Robinson Faria, em uma reunião aqui mesmo na Secretária de Segurança, decidimos, eu e o secretário Wallber [Virgolino, titular da Secretaria de Justiça e Cidadania], que era hora de fazer isso. Sabemos que os cabeças de facções, mesmo presos, comandavam o crime aqui fora. Tínhamos que instalar os bloqueadores para poder controlar a situação".

O secretário disse que, por mais de dois meses, foi elaborado um "plano estratégico" para conter a reação dos criminosos à instalação de bloqueadores de celular. 

"O Estado começou pela Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP), na quinta-feira (28), a eliminar os escritórios do crime. Já nesse mesmo dia, ficamos de prontidão. Na sexta, assim que soube do ataque a um micro-ônibus em Macaíba, determinei que fosse iniciada a Operação Guardião. Essa ação, que envolve todos os órgãos de segurança pública que atuam no Rio Grande do Norte, tem por objetivo minimizar a reação dos criminosos. Avalio, após esse período, que nosso planejamento foi suficiente".

Ataques

Ronaldo Lundgren ressaltou que os chefes da facção que reivindica os ataques criminosos tentaram, por meio de atos de terrorismo, provocar pânico na população potiguar. 

"Digo que foram atos de terrorismo porque o objetivo deles era causar pavor, pânico nas pessoas. Por isso atacaram ônibus, prédios públicos, pontos turísticos. Com isso, tentaram fazer com que a população ficasse contra o Estado, nos obrigando a desistir do plano de instalação de bloqueadores de celular nos presídios. Houve mais de 100 ataques, mas muitos outros foram identificados pelo nosso setor de inteligência e evitados pela polícia".

O secretário citou como exemplo disso um ataque que seria feito ao Cajueiro de Pirangi, um dos principais cartões-postais do Rio Grande do Norte. Esse ataque não foi consumado e algumas pessoas acabaram detidas.

Fonte: G1RN

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